Notícias

Governo insiste em relaxamento de medidas sanitárias em frigoríficos na região de Cascavel

Apesar das indicações contrárias dos técnicos do Centro de Saúde do Trabalhador (CEST) da SESA, o governo estadual insiste em relaxar as exigências para o funcionamento de frigoríficos no Paraná, em especial na região de Cascavel, em pleno pico da pandemia da Covid-19.

Sozinhos, os frigoríficos são responsáveis por mais de 3,2 mil casos confirmados da doença, o que corresponde a um total de aproximadamente 5% de todas as notificações no estado. Esse afrouxamento teve como ápice no último dia 16 de julho, com a revogação da Resolução 855/2020 da SESA, que previa medidas de prevenção. A decisão do governo é alvo de questionamento no Ministério Público.

Embora Cascavel seja a quinta cidade mais populosa do Paraná, sua regional é a segunda em quantidade de contaminação no estado, com cerca de 6 mil casos confirmados, segundo boletim da Sesa publicado no dia 27. Entre junho e julho, teve um aumento de 39%. O município é o terceiro em mortes: 116.

Não bastando apenas os casos entre trabalhadores, os frigoríficos contribuem com a disseminação da Covid-19 no entorno, em um momento que a pandemia passa por uma interiorização no país, pois muitos trabalhadores se deslocam entre municípios diferentes para trabalhar, utilizando transporte rodoviário. Assim a doença é transmitida para trabalhadores de outros ramos e familiares, e também impacta no sistema de Saúde da região, que segue próximo a um colapso.

As características dos frigoríficos, de grande aglomeração, pouca circulação de ar, baixa temperatura, grande umidade e trabalho extenuante são as condições perfeitas para a transmissão do novo Coronavírus. A maior parte da produção dessas indústrias na região de Cascavel é para exportação.

 

 

Copavel sonega informações

Mesmo com mortes de trabalhadores por Covid-19 registradas, a Copavel não será fechada por determinação da Justiça, pois a Secretaria Municipal da Saúde de Cascavel afirmou que a unidade da empresa possui apenas um caso ativo da doença.
No entanto, a cooperativa está se negando a dar informações precisas sobre casos da doenças aos órgãos de controle sanitário – CEST e o Centro Referência em Saúde do Trabalhador da Macro-Região do Oeste do Paraná (Cerest) –, o que leva a uma subnotificação da situação de sua planta. A notificação de casos é obrigatória.

O SindSaúde-PR está acompanhando a situação na região de Cascavel e segue cobrando medidas efetivas das autoridades para reduzir o impacto da pandemia.

 

 

Fonte: Sindsaúde