Há quase seis anos sem reposição salarial da inflação, entidades sindicais e servidoras e servidores públicos do Paraná pararam a Ponte da Amizade, que liga o Brasil (a partir de Foz do Iguaçu) ao Paraguai, na segunda-feira (27). Foi o Dia do Basta!, organizado pelo SindSaúde-PR em conjunto com as demais entidades que compõem o FES e a UFS.
A pressão foi efetiva e o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Hussein Bakri (PSD), agora sinaliza o envio ainda este ano de um projeto de lei para o reajuste no começo de 2022.
Ainda na segunda, ele anunciou no plenário que o índice do reajuste estaria sendo estudado pela Secretaria da Fazenda e seria válido para 2022.
Bakri já havia se encontrado com representantes de servidoras e servidores na semana passada, em reunião da qual o SindSaúde-PR participou, e se comprometido a articular com a Casa Civil do governo Ratinho Jr uma proposta ao funcionalismo público do estado.
As declarações do deputado sinalizam que a pressão funcionou, e precisa ser mantida até que o governo envie a reposição salarial ao Legislativo, e este a aprove o quanto antes, uma vez que a defasagem dos salários já passa de 25%.
Para o SindSaúde-PR, essa movimentação da base governista mostra que o caminho é a luta, que a atual gestão vem construindo mesmo diante de todas as restrições impostas pela pandemia.
Congelamento
Em seu pronunciamento, Bakri citou a Lei Mansueto (LC 173/2020), aprovada pelo governo de Jair Bolsonaro, que impôs o congelamento salarial dos servidores de todas as esferas até o final de 2021, como contrapartida ao auxílio financeiro para o enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Basta!
Organizada pelo Fórum de Entidades Sindicais (FES), do qual o SindSaúde-PR faz parte, e pela União das Forças de Segurança (UFS), o protesto na Ponte da Amizade demonstrou a organização do funcionalismo no estado, e também expôs a situação insustentável vivida diante da corrosão de seus salários pela inflação, que não é reposta a anos.
Apenas nos últimos doze meses, enquanto Ratinho Júnior ignorava a degradação da qualidade de vida de servidoras e servidores, a inflação aqui no estado superou os 10%.
Se levarmos em conta os últimos cinco anos, a energia elétrica aumentou 77%, o preço da batata 397%, do tomate 344% e da carne 72%. Já o litro da gasolina, que em janeiro de 2016 custava R$ 3,76, hoje é vendido a mais de R$ 7,00 em várias regiões do país.
Com isso, os salários evidentemente sofrem perda real de seu poder de compra, prejudicando seriamente servidoras e servidores e também suas famílias.
Fonte:SindSaúde