Enquanto milhares de pessoas foram aprovadas no concurso de 2016, a Funeas – Fundação Estatal de atenção em Saúde – se prepara para contratar 543 profissionais para seis unidades da Sesa. Além da falta de um processo seletivo como manda a lei, quem ingressar nos cargos vai ter de enfrentar a instabilidade e os baixos salários. Tudo como o Sindicato já previa. E não temos bola de cristal, falamos porque temos conhecimento do que acontece em outros municípios e estados em que a privatização iniciou antes.
Vamos tomar como exemplo uma técnica de enfermagem. No processo seletivo da Funeas esses profissionais vão receber salário de cerca de R$ 1.500. Já uma servidora que entra via concurso público e é estatutária tem um salário inicial de R$1.800. Ela ainda vai receber o adicional da GAS no seu salário, que varia de R$874 a R$1.223.
Diferença maior ainda acontece com enfermeiras/os, que recebem pela Funeas um salário de R$2.500. No QPSS, o quadro próprio da Saúde, o salário inicial é de R$3.892 mais o valor da GAS. Para fisioterapeutas, que também precisam de ensino universitário, o salário é ainda menor: R$2.379.
Carreira – Não bastasse os baixos salários, a Funeas não oferece nenhuma possibilidade de ascensão na carreira a esses profissionais. Pelo contrário. São contratações em caráter emergencial. Essa instabilidade de uma forma ou de outra interfere no atendimento final. Não atrai a trabalhadora ou o trabalhador para cursos de aperfeiçoamento profissional.
Suspeito – Só em 2018 a Funeas vai receber R$ 85 milhões para gerir as unidades que assumiu. O Sindicato está movimentando várias frentes pra enfrentar s raiz do problema: o Estado que abre mão de fazer o que é seu papel e cria instituições paralelas,verdadeiras atravessadoras, que funcionam apenas para ser o escoamento do dinheiro público. Não apresentam resolutividade nenhuma, eficiência zero e total falta de transparência.
Concursados – Representantes dos concursados, que passaram nos primeiros lugares e aguardam o chamamento, participaram da primeira reunião de negociação entre o SindSaúde e a Sesa em 2018. As/os presentes puderam mostrar ao diretor-geral, Sezifredo Paz, o tamanho da angústia que a demora está lhes causando. Embora tenha dito que os trâmites para mais um chamamento não deve passar de março, o gestor deixou claro que dificilmente a Sesa preencherá as vagas previstas no edital.
Para reverter esse marasmo, para impede que a Sesa divida as/os trabalhadoras/es nas unidades, temos de lutar para barrar o avanço da Funeas e viabilizar o chamamento dos concursados.
Revolta - Conversando com as/os aprovadas/os do concurso sobre o assunto, a indignação com o governo reina absoluta. A classificação que eles dão para a Sesa ao contratar profissional via Funeas nas unidades e esquecer os aprovados no concurso é: governo insano. Gestão salafrária. Nesse governo não há esperança. Decepção total com o secretário-candidato Caputo. Passei em segundo lugar, deveria ser o próximo a ser chamado. E agora essa manobra imoral.
O que fazer? - Agir para desmascarar a má-fé que reina nesses contratos ente Sesa e Funeas. Vamos firme nessa derrotar a privatização.